quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Trabalho de HERMENÊUTICA

Tema: Os tipos bíblicos 


Conceitos e definições de tipo:

                Tipo - Alguma pessoa, coisa ou cerimônia que se refere a eventos futuros, um evento, pessoa ou objeto que por sua natureza e significado prefigura ou prenuncia algum evento posterior, pessoa ou objeto. 

            Os Tipos sempre se originam na realidade e histórico, e eles são proféticos em natureza e apontam adiante a alguma pessoa ou evento que hão de vir. Eles são todos dirigidos para o "Mashiach” (Heb. para Messias). Os judeus sabiam que o seu Messias era o "Haba" ou "O que vem" e todos os seus profetas falaram d'Ele. Mas pensando bem, agora nós podemos ver mais claramente como cada dos tipos figurativos e sombras apontavam ao Messias. O significado de qualquer tipo no Antigo Testamento poderia não ser aparente até que o 'antítipo' ou a realização tivessem vindo. É importante notar que tudo no Antigo Testamento é um tipo do qual algo no Novo Testamento é o antitipo. Um exemplo disto é a experiência de Jonas com a qual Cristo usou um 'tipo' da sua própria ressurreição. 
            Encontramos tipos em Jesus de duas formas: “Humanos e Não Humanos.” E o autor deste livro, destaca alguns personagens bíblicos como tipos de Jesus, no tipo humano: Adão, Abel, Melquisedeque, Isaque, José, Benjamim, Moisés, Boaz, Davi, Jonas. E como tipos não humanos de Jesus temos também outras citações, tais como: A luz, a Arca de Noé, o Carneiro a escada de Jacó, o Cordeiro Pascal, a Coluna de Fogo, a Rocha de Horebe, a Serpente de Metal,  a Estrela, Urim e Tumim,
            A tipologia baseia-se na suposição de que há um padrão na obra de Deus através de história da salvação. Deus prefigurou sua obra redentora no Antigo Testamento, e cumpriu-a no Novo; o Antigo Testamento contém sombras de coisas que seriam reveladas de modo mais pleno no Novo. As leis cerimoniais do Antigo Testamento, por exemplo, demonstravam aos crentes daquela época a necessidade de expiação perfeita a realizar-se em Cristo. A prefiguração é chamada tipo o cumprimento chama-se antítipo.
            Os tipos assemelham-se aos símbolos e podem até ser considerada uma espécie particular de símbolo. Contudo, existem duas características que diferenciam. Primeiro, os símbolos servem de sinais de algo que representam, sem necessariamente ser semelhantes em qualquer respeitos, ao passo que o tipos se assemelham de um ou mais formas às coisas que prefiguram. Por exemplo, o pão e o vinho são símbolo do corpo e sangue de Cristo; os setes candeeiros de ouro (Apocalipse 2.1) são símbolo da igreja da Ásia. Não há similaridade necessária entre o símbolo e o objeto que ele simboliza, como há entre o tipo e seu antítipo. Segunda, os tipos apontam para o futuro, ao  Continue Lendo...
passo que os símbolos podem não fazê-lo. Um tipo sempre precede historicamente o seu antítipo, ao passo que um símbolo pode preceder, coexistir, ou vir depois daquilo que ele simboliza.
            A tipologia deve, também, distinguir-se do alegorismo. A tipologia é a busca de vínculos entre os eventos históricos, pessoas, ou coisas dentro da história de salvação; o alegorismo é  busca de significados secundários e ocultos que sublinham o significados secundários e oculto que sublinham o significado primário e óbvio da narrativa histórica. A tipologia repousa sobre uma compreensão objetiva da narrativa histórica, ao passo que a alegorização introduz na narrativa significados objetivos.
            Por exemplo, na alusão tipológica de João 3.14-15, vemos a existência de uma serpente real e um Cristo real, uma como tipo, o outro como antítipo. As circunstâncias históricas que cercam a ambos apresentam a chave para entendermos a relação que existe entre eles. Em contraste, no alegorismo o intérprete atribui significativo a um relato que, comumente, dele não se deduziria uma compreensão direta. Por exemplo, uma alegorização do relato do massacre de crianças ordenado por Herodes, em Belém, declara que “o fato de somente os meninos de dois anos para baixo seriam assassinados enquanto os de três anos, presume-se, tenham escapado, visa a ensinar-nos que aqueles que sustentam a fé trinitária serão ao passo que os binitários e os unitários indiscutivelmente perecerão”.

Quando um tipo é tipo?
            A primeira característica de um tipo é a sua semelhança, similaridade ou correspondente com o antítipo. Mas não se deve pensar que se trate de uma correspondência superficial, é sim uma correspondência substancial, ou autêntica. Deve ser algo natural, em vez de forçado. Temos muitos elementos no Antigo Testamento que encontram correspondência no Novo Testamento, mas não são tipos necessariamente. Um tipo lembra o que representa, mas não se limita a isso. Os personagens, os fatos ou os elementos do Antigo Testamento que são tipos de coisas do Novo Testamento possuíam realismo histórico. Um tipo no Antigo Testamento não era algo imaginário. Os tipos consistiam em pessoas que existiram, em acontecimentos reais, em fatos testemunhados. O tabernaculo é um tipo (Hb 8.5; 9.23,24), o que não significa que cada pormenor de sua construção represente, de alguma forma, uma verdade neotestamentaria. O tipo contém traços de predição, de simbolismo. Ele antevê e chama a atenção para o antítipo. O tipo é uma sombra (Cl 2.17) que indica outra realidade. Os tipos são uma forma de profecia. A profecia consiste numa predição verbal, ao passo que a tipologia é a predição feita pela correspondência entre duas realidades – o tipo e o antítipo. Os tipos eram placas de sinalização que falavam de pessoas, acontecimentos ou fatos futuros. Em tipologia, o antítipo é maior que o tipo e a ele superior, por Ex:, Cristo é superior a Melquisedeque. Os tipos não são apenas analogias, ou ilustrações a que os leitores da Bíblia dão atenção. Pelo contrario, são semelhanças planejadas por Deus. O tipo era projetado para apresentar uma similaridade com o antítipo, que, por sua vez, fora criado por Deus para ser o “cumprimento” e a elevação do tipo. Esse fato mostra que os tipos têm valor apologético, pois a tipologia confirma o planejamento divino na relação entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento.

As características do Tipo:
            Temos pelo menos três características básicas de tipos:
            “Deve haver algum ponto notável de semelhança ou analogia entre o tipo e seu antítipo. Isto não significa que não haja, também, muitos pontos de semelhança: Adão é um tipo de Cristo, não obstante a Bíblia fala mais dos pontos de dessemelhança entre eles do que dos de semelhança.
            Também deve haver evidência de que a coisa tipificada representa o tipo que Deus indicou. Há certa discordância entre os estudiosos acerca de bispo Marsh com referência a tipo dizia que nada pode ser considerado tipo a menos que se demonstre de modo explícito figurar na Escritura. Na outra extremidade do espectro estão os que classificam como tipo qualquer coisa que apresente, mais tarde, semelhança com algo. Um ponto de vista moderado, que conta com o apoio da maioria dos estudiosos do assunto (e.g., Terry, Berkhof, Mickelesen, Eichrodt, Ramm, e outros), diz que para a semelhança ser tipo deve haver alguma evidência de afirmação divina da correspondência entre tipo e antítipo, embora tal afirmação não precise ser formalmente declarada.
            É a de um tipo é que ele “deve prefigurar alguma coisa futura. Os antítipos no Novo Testamento apresentam verdade mais plenamente cumprida do que no Antigo. A correspondência no Novo Testamento revela o que era nascente no Antigo. A tipologia é, por conseguinte, uma forma especial de profecia. Jesus demonstrou este princípio por suas freqüentes alusões tipológicas. R. T. France resume da seguinte forma o uso que Cristo fez de tipo.
            Nesses aspectos do povo de Israel no Antigo Testamento Jesus vê prefigurações de si próprio e de sua obra, com os resultados na oposição e conseqüente rejeição da maioria dos judeus, enquanto o verdadeiro Israel agora se encontra na nova comunidade cristã. Por conseguinte, na vinda de Jesus a história de Israel atingiu seus pontos decisivos.

Classificações dos Tipos:
            Podemos separar essas classificações em cinco, embora haja algumas variações de menor importância com referência ao número e nomes das várias classes de tipos.
            As pessoas típicas são aquelas cujas vidas demonstram algum importante princípio ou verdade da redenção. Adão é mencionado como tipo de Cristo (Romanos 5.14): Adão foi o principal representante da humanidade caída, enquanto Cristo o é da humanidade redimida.
            Diferente da ênfase ao indivíduo em nossa cultura, os judeus identificam-se antes de tudo como membros de um grupo. Por isso, não é raro encontrar um representante falando ou atuando pelo grupo inteiro. Figura representativa refere-se à oscilação de pensamento entre um grupo e um indivíduo que representa esse grupo, e era uma forma hebraica de pensamento comum e aceita. Por exemplo, a figura de Mateus 2.15 (“Do Egito chamei o meu Filho”) refere-se a Oséias 11.1, na qual o filho se identifica com a nação de Israel. Em Mateus foi o próprio Cristo (como representante de Israel) que chamado do Egito, por isso as palavras primitivas aplicavam-se a ele. Alguns dos salmos também vêem Cristo como representante de toda a humanidade.

Princípios de Interpretação de Tipo:
            Para podermos partir para uma interpretação bem exata precisamos analisar o contexto histórico-cultural e contextual. E observar o lugar mais importante para se começar a investigação de dois eventos quaisquer na história da salvação é a situação histórico-cultural em que ocorram.
            Outro detalhe importantíssimo para que a interpretação do Tipo seja correta é observar, com uma análise Léxico-sintática. Temos muitas palavras empregadas literalmente, figurativamente, ou simbolicamente.
            Partindo do principal pressuposto de todo hermeneuta de que a Bíblia é a Palavra de Deus, vemos que algumas das interpretações derivadas dela não são. Muito freqüentemente, as interpretações não apenas diferem dramaticamente umas das outras, como são claramente contraditórias. O problema está naqueles que a interpretam ou nos métodos que usam. Devemos nos aproximar à Sua palavra com cuidado, humildade e razão. Adicionalmente, nós precisamos o que de melhor nós poderíamos necessitar: a direção do Espírito Santo na interpretação da Palavra de Deus. Além do mais, a Bíblia é inspirada por Deus e dirigida ao Seu povo. O Espírito Santo nos ajuda a compreender o que a Palavra de Deus significa e como aplicá-la em nossas vidas. No nível humano, para minimizar os erros que possam advir das nossas interpretações, nós precisamos conhecer métodos básicos de interpretação da Bíblia.  Nessa pesquisa Bibliográfica encontrei uma lista de interpretação que muito ajuda:




1.       Descobrir o sentido Literal do tipo
2.       Reparar no ponto ou nos pontos de correspondências ou semelhança entre o tipo e antítipo.
3.       Reparar nos elementos de contrastes ou de diferenças, para evitar caracterizá-las como aspectos do tipo.
4.       Atentar para as afirmações explícitas no NT que atestem a correspondência tipológica.
Por que se preocupar com a tipologia?
            O estudo dos tipos e dos antítipos sem dúvida tem sua utilidade. Uma das vantagens é que nos permite enxergar o traçado divino da história, pelo fato de Deus escolher pessoas, acontecimentos e elementos de Israel para retratar e predizer aspectos de Cristo e de seu relacionamento com os crentes de hoje. Enxergar essa  relações tipo – antítipo ajuda-nos a ver a mão de Deus na história. Existem muitas razões pelos quais, em nosso estudo da palavra de Deus, não devemos negligenciar os tipos que ocupam uma posição de tanto destaque. O próprio Deus lhe atribuiu muito valor. Foi seu Espírito quem o projetou; Hebreus nos ensina, pois que na construção do Tabernáculo todos os pronomes foram por ele planejados. Ao falar do véu que dividia o lugar Santo do Santo dos Santos, o escritor diz; “Com isto, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Santo dos Santos, enquanto ainda permanecia o primeiro Tabernáculo”. Havia significado naquele véu; não era mera cortina divisória entre as duas partes do Tabernáculo, mas tinha o propósito de transmitir uma lição grandiosa. Aqueles que negligenciam o estudo dos tipos deixam de perceber o quanto de Cristo se acha na Lei de Moisés. Os tipos falam a respeito de Jesus. Se quisermos “crescer na graça, e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, não podemos fazer nada melhor do que estudar o que eles nos contam a respeito da sua pessoa e da sua obra. Existem muitas razões pelos quais, em nosso estudo da palavra de Deus, não devemos negligenciar os tipos que ocupam uma posição de tanto destaque. O próprio Deus lhe atribuiu muito valor. Foi seu Espírito quem o projetou.

Quais tipos bíblicos – (Autores)

            Como bem sabemos, o tipo é a figura que representa o antítipo, enquanto a tipologia é o resultado da relação entre o tipo e o antítipo.

Ex.:

·         O Sacerdote Melquisedeque é tipo de CRISTO;
·         Jesus o sumo Sacerdote é antítipo de Melquisedeque,
·         A relação comparativa entre ambos é chamada de tipologia.

TIPO
ANTITÍPO
Adão homem carnal
Cristo Homem espiritual
Elias no carro de fogo
O arrebatamento da igreja
Davi rei de Judá
Cristo Rei do Reis
Maná no deserto
Alimento espiritual
Libertação do Egito
Libertação do Mundo
Marcha no deserto
Nossa peregrinação na terra
José Lima de Jesus, Hermenêutica CEEC

·         “... nas suas mãos o sinal dos cravos...” (Jo 20.25)
·         “...Adão, o qual prefigurava aquele que havia de veir” (Rm 5.14)
·         “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras...” (Tt 2.7)
·         “...antes tornando-vos modelos do rebanho” (1 Pe 5.3)
·         “Ora, esta cousas se tornaram exemplos para nós...” (1 Co 10. 6)
·         “...figuras [ou imagens] que fizestes para as adorar...” (At 7. 43)
Joel leitão de melo Sombras, tipos e mistérios da bíblia

TIPO
ANTITÍPO
PERSONAGENS

Melquisedeque
O sacerdócio eterno de Cristo
Arão
O ministério sacerdotal de Cristo
FATOS

Festa da Páscoa
Cristo, nosso sacrifício
Festa dos Pães Asmos
O caminhar Santificado do Cristão
Festa das Primícias
A ressurreição de Cristo, Ressurreição dos crentes
Festa de Pentecostes
A vinda do Espírito Santo
Festa das Trombetas
O reagrupamento de Israel
Dia da Expiação
Conversão de Israel pelo sangue de Cristo
Festa dos Tabernáculos
Provisão Divina para as necessidades humanas (com Israel no reino)
Sábado
Descanso espiritual do Cristão
ELEMENTOS

Tabernáculo
Cristo- o acesso do crente a Deus e a base da comunhão com ele
Cortina do Tabernáculo
Cristo – o acesso do crente a Deus
Holocausto
O sacrifício perfeito de Cristo
Oferta de Manjares
O sacrifício perfeito de Cristo do mais elevado grau
Sacrifícios pacíficos
O sacrifício de Cristo, base de nossa comunhão com Deus
Sacrifícios pelos pecados
A morte de Cristo pelo pecador em relação a condenação do pecado
Sacrifício pelo sacrilégio
A morte de Cristo como expiação da transgressão do pecado
Zuck, Roy B, A interpretação Bíblica



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Referência Bibliográfica
·         Zuck, Roy B, A interpretação Bíblica 1994
·         Virkler, Henry, Hermenêutica Avançada 2001
·         Jesus, José Lima, Hermenêutica (CEEC) 2008
·         Joel leitão de Melo, Sombras, tipos e mistérios da Bíblia

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