quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Descrição dos Juízes de Israel

Introdução
            Para falar sobre Juízes é interessante iniciar falando do Título do Livro que é derivado no português da expressão latina Líber Judicum, apoiando-se na LXX Kritai (Juízes) e em hebraico é Shoftim (שֹּׁפְטִים). O versículo principal para um tema nessa história encontramos no Cap. 2 e versículo 16: “ Suscitou o Senhor juízes, que os livrariam da mão dos que os pilharam.” O foco central desse livro entende-se no ciclo do povo Israelita, encontrando-se na terra prometida, desviaram-se dos mandamentos divinos praticando a idolatria e que por isso chegaram a ser derrotados pelas nações vizinhas ou próxima que passavam a oprimir o povo, arrependiam-se e pediam a ajuda de Deus. Surgindo assim líderes, enviados por Deus, para resgatarem o povo de Israel dos inimigos e restabelecerem a obediência à lei mosaica.  Tendo como conceito que forma toda a base geral do livro a seguinte ordem: O Senhor é o verdadeiro Juiz do Seu povo; Ele é quem vos entrega nas mãos dos seus opressores; Ele é quem suscita libertadores do povo; é Seu Espírito, ao descer sobre os homens que os qualifica para suas tarefas. (3:10; 6:34; 11:29; 14:6,19; 15:14). Um fator importante no livro é a sua data e também seu escritor que ainda há especulações, mas nada definido, porém, defino como Samuel o autor, pois em pesquisa, a grande parte dos livros atribui a ele sua autoria.
            Analisando o modo como Samuel descreve o ciclo do povo israelita, entendo claramente que essa nação não tinha ao certo algum foco, meta ou algo que os direcionasse para algum objetivo concreto, mas mesmo diante todas essas falhas conseguiram sobreviver. Atentando para a parte que direciona o seu lado social, esse povo vê-se em um milagre diante da história toda. 
Os Juízes, quantos foram realmente? Leia Mais (Clique Aqui)

Existem varias citações a quantidade desses Juízes, mas vou-me alicerçar a trezes apenas: Abdom, Abimeleque, Elom, Eúde, Débora, Gideão, Ibsã, Jair, Jefté, Otniel, Sangar, Sansão e Tola,
Pretendo relatar a história de cada um, de acordo com a cronologia encontrada na Bíblia:
1.    Otniel (3.7-11)
Foi o primeiro libertador nomeado por Deus para livrar o povo da opressão mesopotâmia, nascido provavelmente em cerca de 1438 a.C., seu nome tem como significado nas línguas Latinas “Leão de Deus”. Era filho de Quenaz, Sobrinho de Calebe (1:13; 3:9).  Com a estranha promessa de Calebe, Otniel casa-se com Acsa, filha de seu próprio tio, por ter conquistado a cidade. Com Acsa teve um filho chamado Hatate (1 Crônicas 4.13). Após a vitória sobre o Rei Sírio Cusã-Risataim, trouxe por cerca de 40 anos paz ao povo de Israel (3.8-11).
2.    Eúde (3.12-30)
Após a calmaria de quatro décadas, o povo se desvia novamente e é oprimido por 18 anos pelo rei dos Moabitas, Eglom, que aliado Amonitas e Amalequitas maltrata do povo. E como de habito, o povo Israelita clama a Deus, que levanta da tribo de Benjamim Eúde, filho de Gera e Jemim. A bíblia relata uma característica diferenciada de todos os juízes, ele era canhoto, esse pequeno detalhe relatado nas escrituras traz mais adiante a nós a exata explicação sobre esse fato. Como tarefa, é escolhido para levar um presente, um tributo a Eglom, que era um homem sedentário, e gordo. Entrega o presente e, ao se despedir informa que tinha uma mensagem secreta a entregá-lo, o qual curioso pede que os deixem a sós. Ao se levantar da cadeira, tira de seu lado direito uma espada de dois fios, confeccionada por ele mesmo, e propositalmente colocada de um lado aonde nenhum dos guardas iria revista-lo, pois todos eram destros, como de costume. Mata o rei de forma horrível, enfiando a espada na barriga, lhe tirando as banhas. Sai e avisa aos guardas que o rei apenas estava defecando, por isso os gemidos. De volta a Israel, em Efraim, Eúde toca as trombetas e reúne os israelenses, e informa que Deus havia entregado a eles os Moabitas. Ao guerrear matam mais de 10 mil Moabitas. Com a morte de Eglom Israel esta livre do pagamento de tributos, então Eúde esconde-se nas montanhas de Efraim, reunindo um exército para vencer os Moabitas que tentassem atravessar o rio Jordão. Assim, Israel permanece por 80 anos de tranqüilidade.
3.    Sangar (3.31)
       Pouco se sabe a respeito do sucessor de Eúde. Sangar era filho de Anate, e aparece em um momento que os Filisteus oprimiam o povo de Israel, e de uma forma diferenciada Sangar fere cerca de 600 filisteus, apenas com uma vara de madeira de 2,5 m, com ferrão na ponta, usada para conduzir e instigar os bois.
4.    Débora (4 e 5)
       O significado do seu nome é de origem hebraica, “Devorá” (que significa “abelha” e designa uma pessoa que possui uma força de vontade excepcional. Ela luta com grande determinação para alcançar seus objetivos. Embora muito cautelosa, quando confia em alguém se revela uma companheira doce e amigável). Débora era uma pessoa totalmente diferente das pessoas daquela geração. Mesmo entendendo que ela não era muito jovem, não se sabe ao certo a sua idade, porém, a ponto de ser chamada de “mãe em Israel” (Jz.5:7). Nasceu e viveu no período de “80 anos de sossego”, não tendo, porém, se deixado levar pelos costumes dos gentios. Débora é quem lidera os israelitas contra o domínio de Canaã, após 20 anos de opressão. Essa historia esta relatada em dois capítulos do livro de Juízes, e mostra a única mulher que alcança um cargo, que até então apenas homens tinham, a de liderar politicamente um povo cheio de dificuldades e complicações, por desviarem sempre das vontades de Deus. Antes de liderar esse povo, Débora, que era esposa de Lapidote, aconselhava o povo, diante de suas falhas. O seu “escritório” era debaixo das palmeiras, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim. Sua trajetória inicia quando ao aconselhar Baraque filho de Abinoão acerca da ordem que Deus o tinha dado: “Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom” (4.6), é surpreendida com a proposta que ele o faz que apenas iria se ela também o acompanha-se. Devido a esse medo de ir sozinho, Débora é um exemplo e, por isso, foi ela para a batalha, embora o comando estivesse com Baraque e, também por causa disso, uma mulher, Jael, foi a responsável pela morte de Sísera e, por isso, a honra por esta vitória militar ficou com as mulheres e não com os homens. Em um cântico Débora louva ao Senhor pela vitória, cântico que, como toda obra de um gênero no Antigo Testamento, é, na verdade, uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo, Débora nos mostra que, enquanto Baraque atraíra os soldados das tribos de Naftali e de Zebulom, a profetisa conseguira o apoio das tribos de Efraim, Benjamim e da meia tribo de Manassés (Maquir, nome do filho de Manassés) e Issacar. Este cântico, escrito por ela mesma, foi preservado integralmente, até ao tempo quando foi organizado o livro de Juízes e foi acrescentado ao mesmo. Além de reter um dos períodos mais críticos da experiência israelita, dá-nos a medida da cultura de uma época tida como Idade Média dos Judeus. Débora nos ensina que devemos despertar do sono da indolência e do conformismo. 
5.    Gideão (6.1 a 8.32)
Gideão é quem liberta o povo Israelita das mãos dos Midianitas, os quais roubavam todas as suas colheitas e também todos os seus animais, no ciclo de desobediência do povo. Em um de seus ataques eles mataram os irmãos de Gideão, em Tabor. Foi então que Gideão recebeu uma experiência com Deus, onde o Anjo do Senhor o chamou, para fazer dele o libertador de Israel. Gideão pela sua linda história é mencionado na Epístola aos Hebreus como um exemplo de homem de fé. Filho de Joás, abiezrita da tribo de Manassés. O seu nome significa "destruidor", "guerreiro poderoso" ou "lenhador". Ele foi o quinto juiz de Israel. Deus então ordena que derrubasse o altar de Baal e erguesse ali, em sua casa um altar dedicado a Deus. Reunindo uma pequena força de 300 homens e surpreende os Midianitas na escuridão da noite, levando-os em direção ao rio Jordão, capturando e matando dois dos príncipes Midianitas, Orebe e Zeebe. Continuando a perseguição até as margens do rio Jordão, alcançou os reis Midianitas Zeba e Salmuna e os matou. Ele rejeita a proposta do povo de ser o rei de todo o povo. Gideão teve 70 filhos, tinha várias esposas, e com sua concubina teve um filho, Abimeleque.
6.    Abimeleque (Cap. 9)
       O significado de seu nome é: Meu pai Reina. Ao contrario de seu pai, ele decide tornar-se rei, e o pior, com violência e com muitas trapaças. Consegue enganar seus irmãos com palavras polidas e enganosas. Teve a audácia de matar seus próprios irmãos, mas apenas um deles sobrevive, pois se escondera. Então, em uma reunião na cidade, contrata pessoas que não tinham interesses nenhum no bem da cidade e dos demais, o elegeram como rei. Mas, Jotão o irmão mais novo que sobreviveu, é usado por Deus para trazer uma sabia palavra, um alerta para o povo, através de uma parábola e, dizendo que estavam indo contra a vontade de Deus. Em minha opinião Jotão também foi um libertador, por falar a verdade ao povo!  Depois disto, foge com medo de seu irmão. Três anos se passaram no reinado de Abimeleque, e Deus envia um espírito parecido com o de Saul, para destruí-lo. Ele passa um período de guerra constante entre muitos mortos e feridos, e nesse período e uma mulher lhe atira uma pedrada em seu crânio, ele, porém com vergonha de saber que seria morto por uma mulher, pede para um de seus soldados, que o mate.
7.    Tola (10-1:2)
       Depois da estranha morte de Abimeleque levante-se então um novo juiz para livrar Israel, seu nome: Tola (Verme Escarlate). Encontramos tudo sobre a sua vida, apenas no inicio do capítulo 10, onde fala quem era seu pai, avô, tribo e aonde era sua residência. Teve um longo tempo de liderança diante desse povo, vinte e três anos.  Não teve em sua história nada de extraordinário, porem entendo que, pela sua sabedoria tudo caminhava muito bem. Provavelmente era um homem querido por todos, pois morreu e foi sepultado ali mesmo em sua cidade, Samir.
8.    Jair (10-3:5) 
       O próximo a se levantar é Jair. E da mesma forma que temos poucas referencias sobre Tola, com Jair também é assim, nesses três versículos encontramos sua cidade que era Gileade, julgou Israel por vinte e dois anos. A sua família era de grande influencia e rica onde moravam, pois no versículo quatro é relatado que tinham trinta jumentos e trinta cidades. Mas não aconteceu nada de notável. O povo estava em paz. As dificuldades vieram após sua morte: o povo, prosperando com a paz, não têm ninguém a sua frente com temor a Deus, e então se voltam aos seus deuses e ídolos, deixando o Senhor.
9.    Jefté (10.6 a 12.7)
       Durante seis anos Jefté foi um dos Juízes de Israel (Juízes 12:7), viveu em Gileade e era da tribo de Gades,  seu pai por coincidência se chamava Gileade. Por ser filho de uma prostitua foi expulso de casa por seus irmão por parte de pai, indo morar em Tobe. Jefté era um homem guerreiro e era considerado de muito valor entre os que o conheciam, e em uma fase de dificuldade e relaxo dos israelistas, os anciãos procuraram-o para que se ajuntasse a eles.  Por ser muito sabio, e de ter habilidade em montar estratégias ele tenta antes de guerrear acertar acordos entre os povos das cidades vizinhas, as qual rejeitaram seu pedido. Então ele parte para um segundo objetivo, e muito mais sensato: busca direção de Deus para organizar um ataque. Antes de ir para o ataque ele faz um voto a Deus, que se ele voltasse vitorioso o primeiro que o viesse receber lá de dentro de tua casa, ele ofereceria como sacrifício o Senhor. E, por mais difícil que fosse de acreditar, após sua vitória ele retorna para casa e quem o recebe é sua filha, e o pior era sua única filha. Ele como era justo ao Senhor, após dois meses de choro e lamento de sua filha, ainda virgem, cumpriu o seu voto. Após esse ocorrido falece e é enterrado em uma das cidades da região de Gileade.
     10. Ibsã (12.8-10)
       Com muitos filhos e filhas, o próximo a ser usado por Deus para abençoar os israelitas foi Ibsã que quer dizer Ilustre. Ele tinha um grande cuidado com seus filhos, pois sua preocupação era que todos se casassem e ficassem bem. A sua cidade foi a conhecida Belém de Judá, onde ali mesmo morreu e foi seputaldo após um reinado foi de sete anos. E como em alguns juízes poucas são referencias sobre ele.
     11. Elom (12.11,12)
       Dapós a  morte de Ibsã quem se levanta é Elom, da tribo de Zebulom, e teve um reinado de dez anos, morreu e  foi sepultado em Aijalom.
     12.  Abdom (12.13,15)
       Mais uma vez um novo juiz é levantado durante oito anos, seu nome Abdom (Servil) morava em Piraton. Sua família era grande, pois tinha quarenta filhos e trinta netos e o mais interessante cada um tinha seu jumento. Adbom falece e é sepultado e sua cidade.
     13. Sansão (13  a 16)
       Há muito tempo que os israelitas vinham sofrendo a opressão dos Filisteus, porém um dia um Anjo do Senhor aparece à esposa de Manoac, e disse: Até hoje ainda não tivestes filhos, porém a partir de agora não tomes mais vinho e evite alimentos impuros, pois será mãe, e desse filho não cortará o cabelo, ele será um forte nazareu consagrado a mim, ele livrará Israel dos filisteus. O casal de inicio tivera certo receio e muito medo, porém viram que nada de mal lhe acontecera, e Sansão nasce.  Cresce e vira rapaz forte e destemido. Na minha opinião por ser mimado por seus pai, fazia e falava o que bem entendia, a ponto de obrigar seus pai a arranjarem casamento a ele com uma moça que conhecera.  Certo tempo depois ele se apaixona por uma outra mulher que visitava sempre, seu nome Dalila. Quando os filisteus descobriam essa forte atração que tinha por ela, resolveram comprá-la para que então ela revela-se qual era  e aonde estava a força de Sansão. Por algumas vezes ela tenta descobrir sua força, mas ele sempre mentia e contava outra coisa.  Mas em um descuido dele, ao dormir em seu colo ela o entrega para que cortassem seu cabelo. No cárcere, Sansão é acorrentado a mó de pedra, seu castigo seria o de impelir a roda que moía o trigo dos filisteus. Em quanto isso fazia, o tempo passava e seu cabelo crescia e sua força ia voltando, mas ele deixava secretamente. E em certo dia pede a Deus que se lembra-se dele, e pediu que pelo menos uma vez lhe devolve-se as forças para que então se vinga-se dos filisteus, e quando sentiu que suas mãos tocavam as colunas principais do templo, Sansão contrai toda a sua força muscular e as empurra, os pilares cederam e grande foi a ruína onde todos inclusive ele morreram. Foi sepultado no jazigo de seu Pai, e mesmo morto e continuou sendo um herói para os judeus.
Ao analisar a vida de cada um desses Juízes posso entender que Deus usa mesmo os que têm suas falhas e defeitos, e o melhor sempre busca um meio de trazer a nós a salvação, mesmo quando voltamos para o pecado. Olhar Deus cuidando desse povo diante de tantas idas e volta, vejo o quão imenso é o amor de Deus para com todos. Resumo então que o foco principal de Deus para nossas vidas e libertação, e ela esta anexada a Cruz do Calvário, devemos, portanto todos os dias retornar para nosso Senhor com sentimento de arrependimento, para então recebermos o perdão.

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Bibliografia 
Historias da bíblia Volume II, Abril cultural Gilberto da Silva Gorguho
O. S Boyer Pequena Enciclopédia Bíblica
Comentário Bíblico Broadman Volume II

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